basófias
Em treze anos que vivo em Coimbra nunca me apaixonei pelo Mondego como aconteceu com o Douro enquanto morei no Porto. Ao Mondego, nas margens de Coimbra, falta-lhe personalidade, falta-lhe raça, falta-lhe em certo 'elan'. Penso que lhe falta uma cidade que se ligue ao rio de forma intíma como acontece no Porto; um espaço urbano que complemente a identidade do rio de forma real e palpável e não apenas nas letras dos fados ou nos nomes dos restaurantes. O Polis fomentou a simbiose entre o rio a urbe, através de estruturas, arranjos paisagísticos e integração cultural e aos poucos, já se vai «comunicando» com o rio. O hábito de ir ao parque verde vai, pouco a pouco, começando a entranhar-se no modo de vida coimbrinha. O Basófias continua por lá; chegou cá pouco antes de mim e, tal como eu, viu Queimas nas duas margens, e milhares de estudantes que vieram e doutores que foram embora. Resistiu ao tempo, ao assoreamento do rio e às pontes novas. O tal Polis não contemplou um novo ancoradouro, nem a dignificação das escadas de acesso ao barco, que muitas vezes tresandam a mijo. Será falta de dinheiro, de vontade, ou o prenúncio do fim? Enquanto não acaba, as viagens à sexta-feira continuam a ser grátis.
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