18.1.07

Torga

FANTASIA

Canto ou não canto o limoeiro
Aqui ao lado?
Ele é tão delicado!
Tem um jeito tão puro
De se encostar ao muro
Onde vive encostado...
Canto ou não canto as tetas da donzela
Que daqui da janela vejo no limoeiro?
Elas são tão maduras...
E tão duras...
Têm uma cor e um cheiro...
Canto!
Nem serei o primeiro,
Nem eu sou santo!


Cumpridos ontem 12 anos desde a morte de Miguel Torga, a autarquia de Coimbra inaugurou um percurso feito de autocarro, que passa pelos pontos de referência da vida do escritor. A iniciativa, se por um lado merece um aplauso pela originalidade deste tipo de acções (raras cá no burgo), por outro, peca por tardia e pela quase total ausência de divulgação. As viagens são ás quartas-feiras, para os miúdos das escolas, e aos sábados, para a população em geral. Também li recentemente mas não me lembro onde, que a Câmara de Coimbra tinha comprado a casa do Torga à filha dele por um balúrdio de dinheiro. Ora, uma vez que em Agosto cumprir-se-á o centenário do nascimento autor, esperemos que a data seja assinalada com a abertura da casa ao povinho.

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