pausas XLII
«Eram estas reacções exteriores de dois corpos que se descobriam.
De tanto se tocarem pareciam drogados. Os seus gestos eram lentos, como que em sonho. Pesadas as suas mãos. As bocas entreabertas.
O mel corria sem parar do ventre de Elena. Ele enterrava os dedos nela, muito devagarinho, e depois o sexo, e virava-a ao contrário, pondo-a por cima; ambos viam assim os seus sexos penetrarem-se, os seus corpos ondularem em busca do orgasmo. Ele esperava por ela, controlando os movimentos.
Como ela não acelerava o ritmo das impulsões, ele fê-la mudar de posição e deitou-a de costas. Pôs-se então em cima dela de modo a poder toma-la com mais força, tocando as profundezas do seu ventre, cada parcela da sua carne, até que, nisto, ela teve a sensação de que ele lhe acordava novas células até aí adormecidas, novos dedos, novas bocas, que respondiam à penetração e adoptavam o seu ritmo;aspirava-o mais e mais, com crescente volúpia, como se aquela fricção fosse criando novas camadas de prazer. Fez com mais força, para atingir o orgasmo, enquanto ele, por seu lado, acelerava os movimentos, para se virem ao mesmo tempo, incitando-a com palavras, com festas e finalmente com a boca, que se soldou à dela, fundido-se as línguas no mesmo ritmo dos sexos, e confundindo as ondas crescentes do prazer, até ela explodir, num riso entremeado de soluços, e a alegria desabrochar enfim por todo o corpo.»
De tanto se tocarem pareciam drogados. Os seus gestos eram lentos, como que em sonho. Pesadas as suas mãos. As bocas entreabertas.
O mel corria sem parar do ventre de Elena. Ele enterrava os dedos nela, muito devagarinho, e depois o sexo, e virava-a ao contrário, pondo-a por cima; ambos viam assim os seus sexos penetrarem-se, os seus corpos ondularem em busca do orgasmo. Ele esperava por ela, controlando os movimentos.
Como ela não acelerava o ritmo das impulsões, ele fê-la mudar de posição e deitou-a de costas. Pôs-se então em cima dela de modo a poder toma-la com mais força, tocando as profundezas do seu ventre, cada parcela da sua carne, até que, nisto, ela teve a sensação de que ele lhe acordava novas células até aí adormecidas, novos dedos, novas bocas, que respondiam à penetração e adoptavam o seu ritmo;aspirava-o mais e mais, com crescente volúpia, como se aquela fricção fosse criando novas camadas de prazer. Fez com mais força, para atingir o orgasmo, enquanto ele, por seu lado, acelerava os movimentos, para se virem ao mesmo tempo, incitando-a com palavras, com festas e finalmente com a boca, que se soldou à dela, fundido-se as línguas no mesmo ritmo dos sexos, e confundindo as ondas crescentes do prazer, até ela explodir, num riso entremeado de soluços, e a alegria desabrochar enfim por todo o corpo.»
Anais Nin, "Elena" em «Delta de Vénus»
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